Aluna em atividade no Projeto

Utilizar os mecanismos possibilitados pelas novas tecnologias como instrumento de desenvolvimento humano a serviço da educação especial é um dos objetivos do projeto desenvolvido pelo departamento de Computação da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) Campus Jane Vanini, em Cáceres, junto a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).

Envolvendo os acadêmicos do primeiro ano do curso de Licenciatura em Computação o projeto atende 20 alunos da APAE, no laboratório de Informática do campus. Com base nas necessidades e limitações de cada atendido, os acadêmicos estudam a utilização de softwares educativos na perspectiva de auxiliar o desenvolvimento cognitivo dos alunos.

“O primeiro momento foi um impacto é sempre um desafio trabalhar com o diferente”, afirma a acadêmica Tânia Milena, que orienta uma aluna com limitação visual.

“A princípio pensamos em que poderíamos estar auxiliando-a. Então trabalhamos a sonorização por meio de um programa chamado “ Dos Vox”, que dita tudo o e o que está escrito na tela. A Percepção dela melhorou. E a medida que o trabalho vai sendo desenvolvido, nós duas nos sentimos realizadas por constatarmos como é importante descobrir o novo” relata Milena.

Além da utilização e desenvolvimento de softwares aplicados a cada caso e de acordo com as limitações de cada aluno, o projeto trabalha a coordenação motora e a auto estima.

“Já sei fazer meu nome no computador” aponta orgulhosa Lucelene Cabreira, aluna da APAE, indicando superação.

FUNDAMENTO

Para a coordenadora do projeto denominado Espaço de Aprendizagem: A Pesquisa –ação como Instrumento de Interferência na Prática Pedagógica, Marilene Cosme da Silva, o fundamental para que o trabalho aconteça com sucesso é utilizar a tecnologia apenas como um recurso em busca de superar limitações, sabendo que esse aluno é tão capaz como qualquer outro.

“A aplicação desses recursos funciona como uma prótese. Assim como eu uso óculos para melhor ver o mundo essas pessoas podem utilizar o computador para melhor se relacionar com ele”, compara.

A motivação inicial do trabalho, segundo Marilena, foi apresentar para os acadêmicos um novo campo de atuação indicando como objeto de estudo a utilização de tecnologias, em particular o uso do computador como instrumento de mediação e construção do conhecimento e desenvolvimento de potencialidades dos alunos Apaeanos.

“Vimos com o projeto, uma excelente oportunidade de está cassando a necessidade da APAE em encontrar recursos e pessoal voluntário para dar assistência aos professores da Associação, oferecendo instrumentos para o trabalho de mediação do desenvolvimento cognitivo dos alunos, e por outro lado, o propósito da Universidade de colocar em suas linhas de pesquisa o desafio de um novo campo de atuação”, afirma a coordenadora, lembrando que o projeto é uma atividade complementar do curso de Licenciatura em Computação, mas que tem como objetivo constituir-se em um projeto Institucional de Pesquisa.

“Esperamos que futuramente este seja um campo de estágio para os nossos graduandos”, completa.

INCENTIVO

A experiência caracterizada como iniciativa piloto motiva, segunda a professora da APAE, Marcel Castrillon, os profissionais que trabalham com educação especial, dando outro ritmo as atividades e a dinâmica do trabalho.

“Os nossos alunos gostam de sair da Instituição e virem a Universidade, eles se sentem importantes. E a gente fica feliz em perceber que a Unemat apóia e acredita na educação especial”, conclui Castrillon.